Me peguei pensando... Qual o exato momento e que desistimos dos sonhos de infância?
Se desistimos deles de uma hora pra outra ou se vamos deixando eles pelo caminho a medida que o mundo vai nos impondo sua realidade. E uma terceira questão, se esta realidade é veridica ou meramente uma imposição feita a nós por quem já desistiu de seus sonhos.
Aonde vão parar todos os médicos, bailarinas, bombeiros, atores, arqueólogos, veterinárias, cientistas, astronautas e pilotos de formula 1 que desejamos ser quando crianças? E os amores? aqueles imaginativos e inventivos? que tem histórias muito bem formuladas no nosso mundinho pueril, inclusive com situações e locais certos para acontecerem, qual o seu paradeiro?
Creio que eles vão perdendo a sua prioridade a medida que os que não sonham mais nos fazem acreditar que existem coisas mais importantes na vida, como ter dinheiro o suficiente, carros o suficiente, amores o suficiente, manias o suficiente e a mesma quantia de tantas outras coisas, porém estas coisas mundanas e palpavéis nunca chegam a nós na quantia desejada, nunca se tem o bastante e sempre se quer mais e mais, e não sabemos o porquê deste querer desenfreado.
Acho que eu sei, queremos tanto de tudo porque não nos permitimos realizar os nossos verdadeiros anseios infantis, deixando assim uma lacuna existencial, a qual tentamos preencher a todo custo porém com o conteúdo inadequado para tapar o tal buraco.
Eu já me decidi, quero a profissão da infância, o amor da infância, o pensamento da mesma época, na qual tudo era possível. Se vou conseguir, não sei mas só vou parar de tentar quando comprovar por experiência própria que as coisas não são bem assim.
Quanto aos que dão conselhos sensatos, e aos que não sonham, sinto muito mas não irei acompanha-los.